quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Penetração e expansão do Islão em África

INTRODUÇÃO

A penetração e expansão islâmica em África durante o período da idade média, foi introduzido no continente africano pouco depois de seu surgimento, e diversos reinos islâmicos se estabeleceram no continente durante este período. Com mais detalhes sobre o tema encontra-se ao longo do trabalho.



EXPANSÃO ISLÂMICA NA ÁFRICA

Juntamente com o Oriente Médio, o sudeste asiático e algumas regiões da Índia, a África vem adquirindo cada vez mais relevância no chamado mundo islâmico.
O islamismo entrou no continente africano a partir dos países da África do Norte, como Marrocos e Egito, e foi uma das primeiras regiões a ser conquistadas pela expansão inicial árabe-islâmica (séculos VII e VIII). Dos séculos X a XVI, mercadores muçulmanos contribuíram para o surgimento de importantes reinos na África Ocidental, que floresceram graças ao comércio feito por caravanas que, atravessando o Saara, punham em contato o mundo mediterrâneo ao das estepes e savanas do Sudão Ocidental e África centro-ocidental.
No entanto, a difusão do islã no continente africano se deu muito mais pelo comércio e pra migração do que por imposições militares. A expansão islâmica se deu, basicamente em três frentes:
·         Do noroeste do continente (região do Magreb), para o Saara e a África Ocidental
·         Do baixo para o alto vale do Nilo, chegando ao nordeste da África (península da Somália e arredores)
·         Comerciantes originários da porção sul-sudoeste da Península Arábica e imigrantes do subcontinente indiano, criaram assentamentos no litoral do Índico e, dali, difundiram a presença muçulmana para o interior.
O número de muçulmanos na África é na atualidade estimado em mais de 300 milhões, cerca de 27% do total dos seguidores da religião criada pelo profeta Maomé.

RAMOS DO ISLAMISMO NA ÁFRICA

Os muçulmanos na África em geral pertencem à denominação sunita, embora haja também um número significativo de seguidores xiitas e Ahmadiyya. Além disso, o Sufismo, a dimensão mística do Islã, também tem uma presença. A maddhab Malik é a escola dominante de jurisprudência entre a maioria das comunidades sunitas do continente, enquanto a maddhab Shafi'i é prevalente no Chifre da África, Egito oriental, e da CostaSuaíli. O fiqh Hanafi também é seguido no oeste do Egito.

SUFISMO

Sufismo, que incide sobre os elementos místicos do Islã, tem muitas divergências, bem como seguidores na África Ocidental e no Sudão, e, como outras ordens, se esforça para conhecer a Deus através da meditação e da emoção. Os sufis podem ser sunitas ou xiitas, e suas cerimônias podem envolver cânticos, música, dança e meditação.
Muitos sufis na África são sincréticos, praticando crenças folclóricas tradicionais. Salafistas criticam os folcloristas sufis, pois alegam ter incorporado crenças "não-islâmicas" em suas práticas, tais como a celebração dos vários eventos, visitando os santuários de "santos islâmicos", dançando durante a oração (dançarinos dervixes ou "dervixes rodopiantes").
A África Ocidental e o Sudão têm várias ordens sufis, considerados com ceticismo pelos mais estritos ramos do Islã no Oriente Médio. A maioria dos ordens sufis na África Ocidental enfatizam o papel de um guia espiritual (marabu) ou a posse de poderes sobrenaturais, considerada como uma africanização do Islã. No Senegal e Gâmbia, o ramo do mouridismo afirma possuir vários milhões de adeptos e tem atraído críticas por sua veneração ao fundador - Amadou Bamba. O Tijani é a ordem Sufi mais popular na África Ocidental, com um grande número de seguidores na Mauritânia, Mali, Níger, Senegal e Gâmbia

SALAFISMO

Há relativamente pouco tempo, o salafismo começou a se espalhar na África, como resultado da presença de muitas Organizações Não-Governamentais (ONGs) muçulmanas, como a muçulmana Liga Mundial, a Assembléia Mundial da Juventude Islâmica, a Federação de Mab e escolas islâmicas. Estas organizações salafistas, muitas vezes com base naArábia Saudita, promovem o conservadorismo, e consideram o Islã sufi como "heterodoxo" e contrário ao Islã tradicional. Essas ONGs construíram mesquitas e centros islâmicos na África, e muitos são formadas por muçulmanos africanos puritanos, muitas vezes treinados no Oriente Médio. Bolsas de estudo também são oferecidos para ampliar o salafismo.

CONCLUSÃO

Durante idade média as os muçulmanos entraram em África como refugiados no início da sua história. Perseguidos pelo povo de Meca, por ordem do profeta Maomé, atravessaram o mar Vermelho e procuraram refúgio na Etiópia, onde foram acolhidos pelo rei Najashi, que lhes concedeu protecção, respeito e liberdade.



BIBLIOGRAFIA

DA REDAÇÃO, Resumo de geografia – Expansão islâmica na África, actualizado em 14 de Outubro de 2016, 13h:07min.
Pedro Nsiangengo, Rebeca Pereira Santana, Bento Kianzowa, Filipa André Francisco da Conceição, Rebeca Helena André: Manual de História - 7ª Classe, Livraria Mensagem editora; Luanda, 2006.

MARZANO, Andrea. "A presença muçulmana na África" In. CAMPOS, Adriana Pereira; SILVA, Gilvan Ventura da. "Os Reinos africanos na Antiguidade e Idade Média" Vitória: GM Editora, 2011.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Artropatia

Artropatia

Podem desenvolver alergias, certas doenças infecciosas, doenças endócrinas, doenças crônicas de órgãos internos, desordens metabólicas e distúrbios da regulação nervoso. Clínica artropatia podem variar significativamente.
As características comuns são a dor, lesões assimétricas, síndrome articular dependente da doença subjacente e ligeiras alterações nos resultados de estudos instrumentais (raios X, CT, MRI). Diagnóstico artropatia exibiu quando articulares e síndrome articular sintomas não satisfazem os critérios de diagnóstico de artrite reumatóide ou gotosa. O tratamento é realizado levando-se em consideração a doença subjacente.
Trata-se de uma doença que afeta a articulação, e, pelo fato de desgastar a mesma, possui características degenerativas. Ela atinge uma média de 5 a 10 por cento da população, mas ocorre com uma freqüência maior em adultos de meia idade e idosos com a faixa etária acima de 65 anos. (KARIATSUMARI ET. AL.,UEL [PERÍÓDICO])
Em diversas vezes, ela não apresenta nem uma causa que pode ser específica, mas em vários casos, ela é uma conseqüência de outras doenças, que podem ser imperfeições de nascença no quadril, necrose vascular na cabeça do fêmur ou algum problema oriundo da infância. (FISCHER, 2013)


Artropatia
·         Artropatia alérgica
·         Artropatia na síndrome de Reiter
·         Artropatia em outras doenças infecciosas e parasitárias
·         Artropatia em vasculite
·         Artropatia em desregulação endócrina
·         Artropatia em doenças dos órgãos internos
·         Artropatia - tratamento em Moscou

Artropatia alérgica

Dor nas articulações ocorrem no contexto de uma reação alérgica. Artropatia podem se desenvolver como quase imediatamente após o contato com o alérgeno, e alguns dias mais tarde. O diagnóstico baseia-se os sintomas alérgicos exibiram características:. Presença de febre, exantema, linfadenopatia, obstrução brônquica, e assim por diante G. por um teste de sangue revelou hipergamaglobulinemia, eosinofilia, células plasmáticas e anticorpos de classe IgG. Artropatia fenômenos desaparecem após uma terapia de dessensibilização.
Surgimento da síndrome de articular em comum uma reacção alérgica à introdução do alérgeno (soro, medicamentos, alergias alimentares, etc.) ocorre em 20% dos pacientes com sintomas alérgicos graves, a maioria delas - mulheres.
Diagnóstico da síndrome de articular alérgica é baseada em várias características:
·         Curso agudo da doença;
·         Claramente uma correlação entre o consumo de certos alimentos (ou droga) e a manifestação da alergia com dor nas articulações;
·         Desaparecimento rápido de sintomas e a ausência de efeitos residuais com tratamento anti-alérgico adequado.



O tratamento geralmente consiste no tratamento da doença subjacente, a abolição da droga que causou o aparecimento da síndrome de articular, a completa eliminação de alérgenos alimentares da dieta, bem como tomar medicamentos antialérgicos (anti-histamínicos, corticosteróides, etc.).
No tratamento de reacção alérgica grave pode ser realizada em um hospital. A auto-medicação não é permitido.

Artropatia de Charcot

A Artropatia de Charcot / Neuroartropatia, representa uma entidade rapidamente progressiva e devastadora, que ocorre mais frequentemente nas articulações do pé e  tornozelo, e de forma menos comum outros segmentos como ombro ou coluna vertebral. Caracteriza-se por fragmentação, fractura e destruição óssea.

Sistemas de Classificação

A sistematização anatómica, pode ser feita por vários sistemas propostos, sendo o mais usado o de Sanders – Fryberg, que apresenta a distribuição anatomo-patológica em cinco zonas do pé, e correlaciona o prognóstico, através da percentagem de complicações. A deformidade estrutural e a instabilidade funcional mais severas, são encontradas na articulação de Lisfranc e tornozelo.
A classificação de Eichenholtz modificada, é um sistema de estadiamento usado para descrever a história natural das alterações clinicas e radiológicas da artropatia de Charcot.

Diagnóstico

O diagnóstico e tratamento precoces são cruciais no prognóstico da artropatia de Charcot, cujo curso é muitas vezes rapidamente progressivo levando a deformação, ulceração e amputação.
Efectivamente, é necessário um alto índice de suspeição, uma vez que as suas manifestações clinicas podem subtilmente confundir-se com outras hipóteses de diagnóstico como vasculites, gota, ou quadro infeccioso. Para o diagnóstico diferencial é essencial a avaliação dos parâmetros vitais, excluindo presença de febre; exame objectivo exaustivo excluindo eventuais soluções de continuidade com a pele; completa avaliação analítica incluindo doseamento de indicadores inflamatórios.

O primeiro exame imagiológico é o radiograma simples (RX) do pé em três projecções (dorsoplantar, perfil e obliqua). Devem ser estudados ambos os pés, de modo a comparar alterações subtis. Numa fase muito precoce o RX poderá apresentar-se ainda sem alterações, no entanto nas subsequentes fases é diagnóstico. Os achados radiográficos dependem do estádio e da localização anatómica.

A crise do Catolicismo

Introdução

Os conflitos sociais na Boêmia no século XV tiveram uma forte influência religiosa e prefiguraram diversos outros conflitos que eclodiriam em outras partes da Europa um século depois com o advento da Reforma Protestante. A Boêmia localizava-se onde hoje é a República Tcheca e incluía, no século XIV, a Morávia, a Silésia e a Alta e a Baixa Lusátia. O nome de Revolução Hussita, que foi dado ao conflito que eclodiu entre 1419 e 1436, referia-se ao teólogo e padre Jan Huss.




Intrigas da corte

Em 2006, Joseph Ratzinger (nome real do Papa Bento XVI) escolheu o cardeal Tarcisio Bertone como seu novo secretário de Estado, ou seja, como seu primeiro-ministro. Bertone já tinha "trabalhado" com Ratzinger na Inquisição Romana, e eles foram aliados no conclave de 2005 (o conclave papal é o congresso de cardeais que elege o Papa). A partir dessa posição, ao longo dos anos ele acumulou notável poder que ele tem usado da forma mais imprudente contra as crescentes fileiras de seus inimigos dentro da corte papal.

O desdobramento da crise econômica fez com que as autoridades bancárias ficassem menos dispostas a serem tolerantes com o modo de operação do IOR, que atuava com absoluta desregulamentação papal, livre de impostos e em total desrespeito às normas internacionais. A situação ficou tão ruim que levou as autoridades italianas a impor o desligamento de todos os caixas eletrônicos na Cidade do Vaticano. Rumores originados da Cúria Romana, e relatados pelo jornal diário La Repubblica, dizem que o bloqueio dos caixas eletrônicos e a renúncia de Bento XVI estão intimamente ligados.

Os vazamentos provavelmente começaram como uma represália contra o "partido Bertoniano". Cartas de Viganò, contendo referências explícitas, foram divulgadas para a imprensa, e informações detalhadas sobre o conflito que desdobrava-se no IOR foram reveladas. Alguns jornalistas tiveram acesso a um documento reservado escrito para o papa Bento XVI, no qual é relatado que um cardeal siciliano tinha falado com alguns eclesiásticos chineses prevendo um novo Papa antes de 2013. Os chineses entenderam isso como uma ameaça de assassinato, mas, em retrospectiva, parece muito provável que fosse uma referência à abdicação iminente.

Muda o Papa, os problemas continuam

A eleição de Joseph Ratzinger representou um afastamento da linha de João Paulo II, que era baseada no ecumenismo, universalismo e uma tentativa de apelar mais para a juventude. Como marxistas, sabemos que a política de Karol Wojtyla não foi menos reacionária: o papa polonês abriu seu reinado sob a bandeira de um flagrante anticomunismo e da intolerância, e a falsa postura anticapitalista e anti-imperialista adotada após o colapso da URSS e durante a guerra no Iraque foi realmente utilizada para ocupar o espaço político à esquerda e atrair milhões de jovens para o solo estéril das manifestações de massa no Dia Mundial da Juventude, puxando-os para longe da luta contra o capitalismo. Esta manobra, no entanto, revelou seus limites com o chamado movimento antiglobalização, quando a tentativa católica de sequestrar o movimento produziu resultados muito escassos. Na realidade, o falso anticapitalismo de Wojtyla nem sequer conseguiu impedir o deslocamento para a esquerda na América Latina, e o ecumenismo não conseguiu desacelerar significativamente o avanço de outras religiões e seitas novas.

A eleição deste teólogo alemão foi uma escolha obscurantista que implicava uma mudança de foco de volta para o núcleo duro dos verdadeiros crentes conservadores. Foi uma escolha provinciana destinada a cuidar dos gananciosos interesses da Igreja na Itália e das intrigas dentro da Cúria de Roma. Como podemos observar, esta linha também enfrentou grandes problemas e agora foi derrotada. Seu papado viu um fluxo interminável de escândalos vergonhosos, divisões dramáticas, e declarações reacionárias.

Ele herdou do papa anterior o enorme escândalo dos encobrimentos e da cumplicidade das chancelarias diocesanas e do Vaticano nos casos de estupros cometidos por sacerdotes, particularmente em crianças, e ele tratou esses casos com reticências e uma conspiração de silêncio (tudo isso está agora de novo pegando fogo com protestos em muitos países contra os cardeais passíveis de condenação ​​sendo admitidos no novo conclave.

Um sistema em crise

A crise do capitalismo é também a crise dos seus pilares ideológicos. Nenhum novo papa poderá encontrar uma maneira de sair deste beco sem saída. A Igreja Católica Romana, um fator formidável de estabilidade para o capitalismo mundial, pode se transformar em seu contrário e se tornar um elemento de instabilidade. O banco da Igreja pode falir como às vezes acontece com os bancos. Uma Igreja que fala uma linguagem anacrônica quando se trata de direitos civis e da igualdade social, mas que, ao mesmo tempo, entende muito bem a linguagem do poder e dos derivativos financeiros pode rapidamente perder o amplo apoio que ainda goza. Divisões no alto escalão sobre obscuras lutas pelo poder vão minar a sua credibilidade e anunciam cismas, tanto à direita, como os Católicos Tradicionais, e à esquerda, como a Teologia da Libertação.


Conclusão


Igreja se tornou um interessante instrumento político, mas não não conseguiu alcançar a importância cultural que desejava. Não foi sequer uma traição: o novo mundo - neoliberal - sequer achou espaço para si próprio nele e definha por conta própria, depois de sua gloriosa vitória. Não há nada mais moderno do que as técnicas de poder da Igreja e nada mais arcaico do que o Mercado, mas ambos se encontram na desdita. Nada mais curioso, aliás, que uma renúncia em pleno Carnaval, a festa que nasce da sátira ao luto público pela morte do imperador romano e na qual as leis estão suspensas para o deleite da carne.

DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA E DO PAN-AFRICANISMO

INTRODUÇÃO

O presente trabalho iremos abordar acerca da descolonização de África e do Pan-africanismo, e ainda sobre a descolonização do inglês, francês e belga. Abordaremos ainda sobre os processos que possibilitaram a realização das descolonização tais como as independências das suas colonias no território africano.

DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA E DO PAN-AFRICANISMO

Assim como a América do Sul e Central e Ásia, a África também foi colonizada pelos europeus, fato comum entre os citados é que todos foram colonias de exploração. A divisão do continente para exploração ocorreu na Conferência de Berlim, na Alemanha em 1885, nessa fizeram parte Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha, Itália, Portugal e Espanha.
A partir dessa conferência ficou definida a divisão geográfica dos respectivos territórios a serem explorados. O processo de exploração das colonias africanas durou muito tempo, as consequências atuais são derivadas de vários factos históricos, sobretudo, da exploração.
No início do século XX, somente a Libéria havia alcançado a independência política em todo continente, isso prova o grau de dependência em relação às metrópoles e também o nível de atraso em desenvolvimento tecnológico, industrial e económico em comparação aos outros continentes. O processo de independência das colonias em relação às metrópoles europeias é denominado historicamente como descolonização.
Doravante a esse período, teve início uma modesta iniciativa de instaurar a independência e autonomia política das colonias, os primeiros a contemplar tal feito foi o Egipto nos anos 20, além da África do Sul e Etiópia, ambos nos anos 40.
Um dos factos que mais favoreceu o processo de descolonização da África foi sem dúvida a Segunda Guerra Mundial que ocorreu na Europa entre 1939 e 1945. Como esse conflito armado que aconteceu no continente europeu o mesmo sofreu com a destruição e o declínio económico.
O enfraquecimento económico e político de grande parte dos países europeus, especialmente aqueles que detinham colonias na África, foram aos poucos perdendo o controle sobre os territórios de sua administração.
Esse facto deixa explícito que a perda de territórios se desenvolveu somente pelo motivo de reconstrução que muitos países necessitavam executar, assim não podendo designar forças e recursos para o controle das metrópoles.
Aliado à questão da guerra, surgiram grupos e movimentos que lutavam em busca da independência política, essa onde libertaria, se dispersou por todo o continente e perdurou por vários anos. Posteriormente, o resultado foi a restituição dos territórios e surgimento de pelo menos 49 novas nações africanas.
Porém, a luta pela independência se intensificou na década de 60, sempre marcada pelo derramamento de sangue, uma vez que nunca havia actos pacíficos.
Mesmo com todas as adversidades, os países foram alcançando suas independências políticas, no entanto, a divisão dos territórios ficou definida a partir da concepção européia que não levou em consideração as questões de ordem étnicas e culturais, desatenção que desencadeia uma série de conflitos em distintos lugares da África, isso por que antes dos europeus as tribos tinham suas próprias fronteiras e todos se respeitavam. Com a instauração das novas fronteiras algumas tribos foram separadas, grupos rivais agrupados, entre outros factos que colocaram em risco a estabilidade política na região.
Depois de longas décadas de lutas para alcançar a autonomia política e económica, hoje a África conta com 53 territórios independentes, salvo o Saara Ocidental, que é um território de domínio do Marrocos.

PAN-AFRICANISMO
Pan-africanismo é o nome dado a uma ideologia que acredita que a união dos povos de todos os países do continente africano na luta contra o preconceito racial e os problemas sociais é uma alternativa para tentar resolvê-los.
A partir dessa ideologia foi criada a Organização de Unidade Africana (1963), que tem sido divulgada e apoiada, majoritariamente, por afrodescendentes que vivem fora da África.
Dentre as propostas da ideologia está a estruturação social do continente por meio de um remanejamento étnico na África, unindo grupos separados e separando grupos rivais, por exemplo, tendo em vista que isso aconteceu durante a divisão continental imposta pelos colonizadores europeus. Além do resgate de práticas religiosas, como culto aos ancestrais e incentivo ao uso de línguas nativas, anteriormente proibidas pelos colonizadores.
Na realidade, o pan-africanismo é um movimento de caráter social, filosófico e político, que visa promover a defesa dos direitos do povo africano, constituindo um único Estado soberano para africanos que vivem ou não na África.
Os principais idealizadores da teoria pan-africanista foram Edward Burghardt Du Bois e Marcus Musiah Garvey.
No ano de 2002 instituiu-se de maneira oficial a União Africana em substituição à Organização da Unidade Africana. No ano seguinte, a união tomou iniciativas agressivas em relação a possíveis soluções para as crises da região, além de incentivar a integração entre os países.
O objetivo da União Africana é implantar um continente livre para a circulação de pessoas, um Parlamento continental, um tribunal pan-africano e um Banco Central, para que no futuro possa circular uma moeda única, intenções pautadas nos moldes da União Europeia.
O fortalecimento da África no século XXI requer um enorme esforço, tendo em vista que o continente é assolado pela pobreza, miséria, guerras, doenças, corrupção. Portanto, erguer esse continente é um grande desafio e, por isso, o agrupamento dos países pode trazer resultados positivos.



DESCOLONIZAÇÃO FRANCESA DA ÁFRICA

A seguir à Segunda Guerra Mundial a França, que já se encontrava a braços com insurreição na Argélia e na Indochina e depois de já ter perdido Marrocos e a Tunísia, em 1956, como resultado de movimentos independentistas aos quais foi obrigada a ceder, tentou em Setembro de 1958, através dum referendo uma manobra de dar uma “autonomia” às suas colónias, que continuariam a fazer parte da “Comunidade Francesa”. Com excepção da Guiné, que votou pela independência imediata, a Côte d'Ivoire, o Níger, o Alto Volta e o Daomé decidiram formar a “União Sahel-Benin” e, mais tarde, o “Conselho do Entendimento”, enquanto o Senegal se unia ao “Sudão Francês” para formar a “Federação do Mali”. Estas uniões não duraram muito tempo e a França, em 1960, reconheceu a independência da maioria das sua colónias africanas.
A Argélia, no entanto, só se tornou independente depois de 8 anos duma guerra que causou milhares de mortos, não só na própria colónia, como também na França, após o que o governo francês, dirigido pelo general Charles de Gaulle, decidiu entrar em conversações com o principal movimento independentista (a Front de Libération Nationale ou FLN) e conceder-lhe a independência.
Djibouti foi uma das colónias francesas que decidiu, em 1958, manter-se na “Comunidade Francesa” mas, devido a problemas de governação, a população local começou a manifestar-se a favor da independência. Depois de um novo referendo, em 1977, o Djibouti tornou-se finalmente um país independente. Nas Comores, a história foi semelhante, mas com uma declaração unilateral de independência, em 1975, que foi reconhecida no mesmo ano, mas que não abrangiu a ilha Mayotte, onde a população votou por manter-se como um território francês. A ilha da Reunião é igualmente um departamento francês, governando, para além da ilha principal, várias outras ilhas que são reclamadas por Madagáscar e Maurícia.



A DESCOLINIZAÇÃO BELGA

    A colonização belga no Congo foi um dos actos mais cruéis da história da humanidade. Os congoleses foram tratados, primeiramente, como propriedade do Rei Leopoldo II e, posteriormente, como propriedade do Estado. As autoridades belgas achavam que podiam utilizar homens, crianças e mulheres para qualquer tarefa.
    O movimento separatista do Congo teve início em 1955, quando o Rei belga Balduíno I visitou a colónia, a sociedade congolesa esperava que o monarca mudasse as condições de seus súditos, mas isso não aconteceu.
    O primeiro passo para a independência foi dado por um grupo de intelectuais ligado ao movimento Consciência Africana, que publicou um manifesto no qual se declaravam contrários à formação de uma comunidade belgo-congolesa, pois isto significaria a manutenção do domínio belga.
    Depois do manifesto, uma associação cultural chamada Abako transformou-se em partido político e passou a liderar a luta em favor da independência. Desse movimento surgiram outras organizações, como o Movimento Nacional Congolês, liderado por Patrice Lumumba.     
    A primeira eleição popular no Congo ocorreu em 1957. As eleições foram marcadas por manifestações violentas que resultaram na morte de dezenas de pessoas. Os conflitos se prolongaram até 1959, quando tomaram outras proporções: estimulados pelos colonizadores, grupos étnicos rivais passaram a lutar entre si.
    E em 1960, com a intervenção das autoridades belgas, realizou-se em Bruxelas uma reunião com os principais chefes políticos congoleses. Nesse encontro fixou a data de 30 de junho para a independência do Congo. Uma constituição provisória nomeou Joseph Kasavubu para presidente e Patrice Lumumba para primeiro ministro.
     Em 1971, o país adotou o nome de República do Zaire. Na década de 1990, assumiu a denominação de República Democrática do Congo.



DESCOLONIZAÇÃO BRITÂNICA DA ÁFRICA

Nas regiões de colonização inglesa, o movimento descolonizador caracterizou–se, em geral, pela ruptura pacífica. Foram os casos, por exemplo, de Gana, Nigéria, Serra Leoa e Gâmbia. No Quênia, entretanto, a emancipação política foi precedida de conflitos violentos devido à resistência da população branca do país, que detinha 25% das terras quenianas mais férteis.
A África inglesa A Inglaterra realizou o domínio vertical, controlando o continente desde o mar Mediterrâneo até o cabo da Boa Esperança. Os ingleses estabeleceram-se no Egito, na Costa do Ouro, na Nigéria, na Rodésia, em Serra Leoa, na África Oriental e na África do Sul.
As vias da descolonização
A descolonização afro-asiática não foi um processo homogêneo, ocorrendo de duas maneiras: a pacífica e a violenta.
No caso da via pacífica, a independência da colônia era realizada progressivamente pela metrópole, com a concessão da autonomia político-administrativa, mantendo-se o controle econômico do novo país, criando, dessa forma, um novo tipo de dependência.
As independências que ocorreram pela via da violência resultaram da intransigência das metrópoles em conceder a autonomia às colônias. Surgiam as lutas de emancipação, geralmente vinculadas ao socialismo, que levaram a cabo as independências.
Consequências da descolonização afro-asiática
A principal consequência do processo de descolonização afro-asiática foi a criação de um novo bloco de países que juntamente com a América Latina passaram a compor o Terceiro Mundo.
Essa denominação deve-se ao fato de que os países originados a partir desses processos de independência acabaram por manter vínculos de dependência econômica com os países capitalistas desenvolvidos (Primeiro Mundo) ou com países socialistas desenvolvidos (Segundo Mundo).

CONCLUSÃO


Depois de uma longa e exaustiva pesquisa concluímos que as descolonizações das colonias inglesa, francesa e belga tiveram um papel importante para a conquista da independências dos países africanos. O pan-africanismo é uma organização que foi criada com o intuito de unificar os países africanos após o período de descolonização.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

A REVOLTA DO NDONGO (150 – 1600)




INTRODUÇÃO

Neste trabalho poderemos falar sobre a revolta do Ndongo, tema este que nos leva a contemplar os tempos passados, onde os nossos compatriotas tiveram que unir as suas forças para juntos chegarem até o tempo da independência. Falar da revolta do Ndongo é falar de um grande reino que nos tempos passados lutou muito contra a colonização dos portugueses e muito se esforçou para a invasão portuguesa não atingisse em muitos lugares do território de Angola.



A REVOLTA DO NDONGO

O reino do Ndongo
O reino do Ndongo  (ou reino do Ngola) é o nome de um estado pré-colonial africano na actual Angola, criado por subgrupos dos Ambundu. Os registos mais antigos acerca deste reino datam do século XVI. Ndongo foi - como Matamba um dos vários estados vassalos do Reino do Kongo que existiram na área habitada pelos Ambundu. Ele foi liderado por um rei cujo título era Ngola  (que deu origem à palavra "Angola").
Quando os portugueses chegaram à foz do rio Zaire encontraram dois reinos, Kongo e Ndongo. Ndongo foi fundado no início do século XVI, por um pequeno chefe Kimbundo que possivelmente, controlava o comércio de ferro. Os primeiros ngolas, partindo da possível ligação com a arte do ferro, estenderam a autoridade do Ndongo sobre diversos sobas. (Soba: do quimbundo, senhor de um distrito) para terminarem, em meados do século XVI, ocupando as terras compreendidas entre os rios Dande, Lucala e Cuanza.
Os ngolas foram obrigados a se submeteram os manikongos e pagarem impostos e rendiam a eles homenagens. A organização do estado Ndongo era parecida com a do Kongo, o estado Kimbundo só se tornou independente em l556, quando as tropas do Ngola Inene, apoiadas por alguns portugueses, infligiram uma importante derrota ao Manikongo. Este último, inspirado pelos portugueses, tentava uma aventura militar nos territórios do Ndongo.
Após a independência do reino do Ndondgo, o Ngola, ouvindo os conselhos dos escravistas da ilha de São Tomé e sendo chefe de um estado totalmente soberano, enviou uma embaixada a Portugal para pedir contactos directos com a Coroa. Era a melhor forma de garantir um fluxo sistemático dos produtos europeus, imprescindíveis a chefes políticos que assentavam parte do poder e prestígio sobre o controle do comércio de longa distância.
O Nula Ndambi, que sucedeu o Inene e olhava com desconfiança os contactos com os europeus, recebeu, em l560, uma embaixada portuguesa comandada por um jovem e ambicioso nobre português, Paulo Dias de Novas, e mais quatro jesuítas.
O desembarque de Dias de Novas não encontrou resistência. As terras, próximas ao reino de Ndongo, onde alguns portugueses já comerciavam com escravos, pertenciam ao distante reino do Kongo. Era nestas praias que os Manikongos mandavam pescar os nzimbos, que serviam como moeda nacional no reino do Kongo. O Ngola não se sentiu ameaçado. Mandou, no mesmo ano, uma delegação de boas-vindas ao nobre lusitano. O lusitano começou sua expansão a procura de preta e escravos. Invadiu terras do Ndongo.
Os portugueses preocupados com a possível aliança entre holandeses e o manikongo, não deram importância às exigências de Nzinga, que de imediato, rearticulou uma poderosa frente de batalha composta de yagas, quimbares, cativos fugidos, kongos e até holandeses. Ocupou o reino de Mtamba e reforçou suas tropas. Os portugueses desesperaram. Os holandeses abandonaram Luanda. Portugal voltou às negociações.
Guerra de 1556
Por volta de 1556, o Ndongo enviou outra missão a Portugal procurando ajuda militar e oferecendo-se para ser cristianizado, mesmo apesar dos oficiais portugueses da altura terem duvidado da sua sinceridade religiosa. Em 1901, E. G. Ravenstein afirmou que esta missão foi o resultado de uma guerra entre o Congo e o Ndongo, na qual o Ndongo saiu vencedor e afirmou a sua independência.
O mesmo disse Jan Vansina em 1966 (e a partir daqui vários outros escritores), porém isto parece ter sido uma incompreensão das fontes originais. O Ndongo poderá ter realmente visto a missão como uma espécie de declaração de independência, já que a resposta do Congo à missão de 1518 sugere que ainda mantinha poder suficiente para prevenir movimentos independentistas.



CONCLUSÃO


Depois da pesquisa feita chegamos então a conclusão de que o reino do Ndongo foi um dos principais pilares da revolução portuguesa no tempo colonial, onde o rei não aceitava que os portugueses pudessem ocupar terra desnecessariamente. Vimos que o rei que naquele tempo liderou o reino do Ndongo tinha o nome de Ngola na qual deu origem ao nome dessa grande nação Angola.