quarta-feira, 5 de outubro de 2016

DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA E DO PAN-AFRICANISMO

INTRODUÇÃO

O presente trabalho iremos abordar acerca da descolonização de África e do Pan-africanismo, e ainda sobre a descolonização do inglês, francês e belga. Abordaremos ainda sobre os processos que possibilitaram a realização das descolonização tais como as independências das suas colonias no território africano.

DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA E DO PAN-AFRICANISMO

Assim como a América do Sul e Central e Ásia, a África também foi colonizada pelos europeus, fato comum entre os citados é que todos foram colonias de exploração. A divisão do continente para exploração ocorreu na Conferência de Berlim, na Alemanha em 1885, nessa fizeram parte Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha, Itália, Portugal e Espanha.
A partir dessa conferência ficou definida a divisão geográfica dos respectivos territórios a serem explorados. O processo de exploração das colonias africanas durou muito tempo, as consequências atuais são derivadas de vários factos históricos, sobretudo, da exploração.
No início do século XX, somente a Libéria havia alcançado a independência política em todo continente, isso prova o grau de dependência em relação às metrópoles e também o nível de atraso em desenvolvimento tecnológico, industrial e económico em comparação aos outros continentes. O processo de independência das colonias em relação às metrópoles europeias é denominado historicamente como descolonização.
Doravante a esse período, teve início uma modesta iniciativa de instaurar a independência e autonomia política das colonias, os primeiros a contemplar tal feito foi o Egipto nos anos 20, além da África do Sul e Etiópia, ambos nos anos 40.
Um dos factos que mais favoreceu o processo de descolonização da África foi sem dúvida a Segunda Guerra Mundial que ocorreu na Europa entre 1939 e 1945. Como esse conflito armado que aconteceu no continente europeu o mesmo sofreu com a destruição e o declínio económico.
O enfraquecimento económico e político de grande parte dos países europeus, especialmente aqueles que detinham colonias na África, foram aos poucos perdendo o controle sobre os territórios de sua administração.
Esse facto deixa explícito que a perda de territórios se desenvolveu somente pelo motivo de reconstrução que muitos países necessitavam executar, assim não podendo designar forças e recursos para o controle das metrópoles.
Aliado à questão da guerra, surgiram grupos e movimentos que lutavam em busca da independência política, essa onde libertaria, se dispersou por todo o continente e perdurou por vários anos. Posteriormente, o resultado foi a restituição dos territórios e surgimento de pelo menos 49 novas nações africanas.
Porém, a luta pela independência se intensificou na década de 60, sempre marcada pelo derramamento de sangue, uma vez que nunca havia actos pacíficos.
Mesmo com todas as adversidades, os países foram alcançando suas independências políticas, no entanto, a divisão dos territórios ficou definida a partir da concepção européia que não levou em consideração as questões de ordem étnicas e culturais, desatenção que desencadeia uma série de conflitos em distintos lugares da África, isso por que antes dos europeus as tribos tinham suas próprias fronteiras e todos se respeitavam. Com a instauração das novas fronteiras algumas tribos foram separadas, grupos rivais agrupados, entre outros factos que colocaram em risco a estabilidade política na região.
Depois de longas décadas de lutas para alcançar a autonomia política e económica, hoje a África conta com 53 territórios independentes, salvo o Saara Ocidental, que é um território de domínio do Marrocos.

PAN-AFRICANISMO
Pan-africanismo é o nome dado a uma ideologia que acredita que a união dos povos de todos os países do continente africano na luta contra o preconceito racial e os problemas sociais é uma alternativa para tentar resolvê-los.
A partir dessa ideologia foi criada a Organização de Unidade Africana (1963), que tem sido divulgada e apoiada, majoritariamente, por afrodescendentes que vivem fora da África.
Dentre as propostas da ideologia está a estruturação social do continente por meio de um remanejamento étnico na África, unindo grupos separados e separando grupos rivais, por exemplo, tendo em vista que isso aconteceu durante a divisão continental imposta pelos colonizadores europeus. Além do resgate de práticas religiosas, como culto aos ancestrais e incentivo ao uso de línguas nativas, anteriormente proibidas pelos colonizadores.
Na realidade, o pan-africanismo é um movimento de caráter social, filosófico e político, que visa promover a defesa dos direitos do povo africano, constituindo um único Estado soberano para africanos que vivem ou não na África.
Os principais idealizadores da teoria pan-africanista foram Edward Burghardt Du Bois e Marcus Musiah Garvey.
No ano de 2002 instituiu-se de maneira oficial a União Africana em substituição à Organização da Unidade Africana. No ano seguinte, a união tomou iniciativas agressivas em relação a possíveis soluções para as crises da região, além de incentivar a integração entre os países.
O objetivo da União Africana é implantar um continente livre para a circulação de pessoas, um Parlamento continental, um tribunal pan-africano e um Banco Central, para que no futuro possa circular uma moeda única, intenções pautadas nos moldes da União Europeia.
O fortalecimento da África no século XXI requer um enorme esforço, tendo em vista que o continente é assolado pela pobreza, miséria, guerras, doenças, corrupção. Portanto, erguer esse continente é um grande desafio e, por isso, o agrupamento dos países pode trazer resultados positivos.



DESCOLONIZAÇÃO FRANCESA DA ÁFRICA

A seguir à Segunda Guerra Mundial a França, que já se encontrava a braços com insurreição na Argélia e na Indochina e depois de já ter perdido Marrocos e a Tunísia, em 1956, como resultado de movimentos independentistas aos quais foi obrigada a ceder, tentou em Setembro de 1958, através dum referendo uma manobra de dar uma “autonomia” às suas colónias, que continuariam a fazer parte da “Comunidade Francesa”. Com excepção da Guiné, que votou pela independência imediata, a Côte d'Ivoire, o Níger, o Alto Volta e o Daomé decidiram formar a “União Sahel-Benin” e, mais tarde, o “Conselho do Entendimento”, enquanto o Senegal se unia ao “Sudão Francês” para formar a “Federação do Mali”. Estas uniões não duraram muito tempo e a França, em 1960, reconheceu a independência da maioria das sua colónias africanas.
A Argélia, no entanto, só se tornou independente depois de 8 anos duma guerra que causou milhares de mortos, não só na própria colónia, como também na França, após o que o governo francês, dirigido pelo general Charles de Gaulle, decidiu entrar em conversações com o principal movimento independentista (a Front de Libération Nationale ou FLN) e conceder-lhe a independência.
Djibouti foi uma das colónias francesas que decidiu, em 1958, manter-se na “Comunidade Francesa” mas, devido a problemas de governação, a população local começou a manifestar-se a favor da independência. Depois de um novo referendo, em 1977, o Djibouti tornou-se finalmente um país independente. Nas Comores, a história foi semelhante, mas com uma declaração unilateral de independência, em 1975, que foi reconhecida no mesmo ano, mas que não abrangiu a ilha Mayotte, onde a população votou por manter-se como um território francês. A ilha da Reunião é igualmente um departamento francês, governando, para além da ilha principal, várias outras ilhas que são reclamadas por Madagáscar e Maurícia.



A DESCOLINIZAÇÃO BELGA

    A colonização belga no Congo foi um dos actos mais cruéis da história da humanidade. Os congoleses foram tratados, primeiramente, como propriedade do Rei Leopoldo II e, posteriormente, como propriedade do Estado. As autoridades belgas achavam que podiam utilizar homens, crianças e mulheres para qualquer tarefa.
    O movimento separatista do Congo teve início em 1955, quando o Rei belga Balduíno I visitou a colónia, a sociedade congolesa esperava que o monarca mudasse as condições de seus súditos, mas isso não aconteceu.
    O primeiro passo para a independência foi dado por um grupo de intelectuais ligado ao movimento Consciência Africana, que publicou um manifesto no qual se declaravam contrários à formação de uma comunidade belgo-congolesa, pois isto significaria a manutenção do domínio belga.
    Depois do manifesto, uma associação cultural chamada Abako transformou-se em partido político e passou a liderar a luta em favor da independência. Desse movimento surgiram outras organizações, como o Movimento Nacional Congolês, liderado por Patrice Lumumba.     
    A primeira eleição popular no Congo ocorreu em 1957. As eleições foram marcadas por manifestações violentas que resultaram na morte de dezenas de pessoas. Os conflitos se prolongaram até 1959, quando tomaram outras proporções: estimulados pelos colonizadores, grupos étnicos rivais passaram a lutar entre si.
    E em 1960, com a intervenção das autoridades belgas, realizou-se em Bruxelas uma reunião com os principais chefes políticos congoleses. Nesse encontro fixou a data de 30 de junho para a independência do Congo. Uma constituição provisória nomeou Joseph Kasavubu para presidente e Patrice Lumumba para primeiro ministro.
     Em 1971, o país adotou o nome de República do Zaire. Na década de 1990, assumiu a denominação de República Democrática do Congo.



DESCOLONIZAÇÃO BRITÂNICA DA ÁFRICA

Nas regiões de colonização inglesa, o movimento descolonizador caracterizou–se, em geral, pela ruptura pacífica. Foram os casos, por exemplo, de Gana, Nigéria, Serra Leoa e Gâmbia. No Quênia, entretanto, a emancipação política foi precedida de conflitos violentos devido à resistência da população branca do país, que detinha 25% das terras quenianas mais férteis.
A África inglesa A Inglaterra realizou o domínio vertical, controlando o continente desde o mar Mediterrâneo até o cabo da Boa Esperança. Os ingleses estabeleceram-se no Egito, na Costa do Ouro, na Nigéria, na Rodésia, em Serra Leoa, na África Oriental e na África do Sul.
As vias da descolonização
A descolonização afro-asiática não foi um processo homogêneo, ocorrendo de duas maneiras: a pacífica e a violenta.
No caso da via pacífica, a independência da colônia era realizada progressivamente pela metrópole, com a concessão da autonomia político-administrativa, mantendo-se o controle econômico do novo país, criando, dessa forma, um novo tipo de dependência.
As independências que ocorreram pela via da violência resultaram da intransigência das metrópoles em conceder a autonomia às colônias. Surgiam as lutas de emancipação, geralmente vinculadas ao socialismo, que levaram a cabo as independências.
Consequências da descolonização afro-asiática
A principal consequência do processo de descolonização afro-asiática foi a criação de um novo bloco de países que juntamente com a América Latina passaram a compor o Terceiro Mundo.
Essa denominação deve-se ao fato de que os países originados a partir desses processos de independência acabaram por manter vínculos de dependência econômica com os países capitalistas desenvolvidos (Primeiro Mundo) ou com países socialistas desenvolvidos (Segundo Mundo).

CONCLUSÃO


Depois de uma longa e exaustiva pesquisa concluímos que as descolonizações das colonias inglesa, francesa e belga tiveram um papel importante para a conquista da independências dos países africanos. O pan-africanismo é uma organização que foi criada com o intuito de unificar os países africanos após o período de descolonização.

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